Já expôs suas obras no MASP – Museu de Arte de São Paulo, onde ganhou o prêmio de Artista Revelação de 2010 pela APCA -“ Associação dos Críticos de Arte de São Paulo e no Museu de Arte Contemporânea de SanDiego[5]. Em 2011, teve sua segunda exposição individual em Nova Iorque na Galeria Jonathan LeVine (a primeira foi em 2008, na mesma galeria e se chamou Novo Mundo). Por conta de seu site feito em Lençóis onde encontrou pontos de convergência entre as festas populares da Bahia e do norte de Portugal e também a convite da Prefeitura de Lisboa, Doitschinoff foi, em junho de 2011, a Portugal para se aprofundar na cultura das festas populares e tradição das máscaras ibéricas e caretos do norte do país. Juntamente com Antonio Pinela Tiza, grande pesquisador do assunto e diretor do Museu da Máscara Ibérica em Bragança, Portugal, visitou artesãos nas pequenas aldeias da região aprendendo as técnicas locais. Em Lisboa construiu duas instalações no Bairro Mouraria e montou um ato performático em forma de procissão. Esta performance, que ganhou o nome de Brilho do Sol, virou um curta metragem que foi mostrado pela primeira no MASP em novembro de 2011.
Doitschinoff é um contador de histórias. Existe uma dimensão na sua obra que esta para lá do traço, dos limites ou de outras presenças. É a dimensão da palavra, do símbolo, da narrativa. É com o uso da palavra que Stephan elabora histórias que são simultaneamente lugares de chegada, lugares de cruzamento, lugares-comuns. Espaços que nos permitem chegar ao que nos confronta, invadir o que nos está vedado e habitar o que nos é exterior. Pede-se ao contador de histórias que resgate o discurso e que nos relembre o que significa afinal o uso da palavra. Necessitamos de alguém que crie esses lugares de partilha e proporcione a discussão. Hoje o indivíduo vai progressivamente reduzindo o cultivo da palavra, da retorica e do argumento. Assim acontece porque sofre da ingenuidade da intransigência e da desistência, nomeando através do seu voto quem o substitua no papel de pensar e de decidir. O cidadão torna-se assim mais vulnerável à imediatez e aridez propagandística da imagem, sem que entenda a impotência da oralidade para a sua própria visibilidade. De nada nos vale sabermos falar uma língua se nos negarmos o direito de a utilizar. A diferença entre fazer arte politicamente e fazer arte sobre política reside sobretudo nesse fato, ou seja, em saber se o discurso artístico pode por si mesmo significar um ato de reivindicação do próprio discurso..
A pintura de Stephan Doitschinoff traz consigo essa reivindicação. Densamente codificada, cada obra sua é como um palco onde uma encenação iconográfica tem lugar. Nela podemos sempre constatar a coexistência de forças que se opõem, que se relacionam, que partilham e comunicam.