JORNAL NACIONAL

Edição do Jornal Nacional em 12/05/2012.

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Mulheres são principais vítimas de acidentes em embarcações no Norte. Descumprimento de lei provoca o escalpelamento das vítimas. Em alguns casos, o ferimento é tão grave que provoca mutilações e pode levar à morte.

No Norte do Brasil, uma constatação dramática no transporte feito pelo rios: o descumprimento de uma lei que garante a segurança nas embarcações tem provocado acidentes. E as mulheres são as principais vítimas.

Segundo a Capitania dos Portos, cerca de 20 mil pequenas embarcações navegam pelos rios da Amazônia. Uma lei federal obriga o dono a proteger e cobrir o eixo do motor, sob pena de apreensão do barco. Mas ainda há muitos flagrantes de irregularidades. Desde o ano passado até agora já foram 350 casos. A pequena Patrícia, de 8 anos, foi a última vítima no estado de acidente em embarcações com eixo do motor. “Ela pisou na parede do barco e caiu. O cabelo dela era comprido e caiu todo em cima do eixo do motor”, lembra a mãe da menina.

Os acidentes acontecem principalmente com mulheres porque é delas a tarefa de retirar a água que entra na embarcação para resfriar o eixo do motor. É uma atividade considerada mais leve, e o homem está no comando, pilotando a embarcação. Qualquer contato com a peça, que gira de 1.500 a 3.000 vezes por minuto, é um perigo enorme.

Na maioria dos casos, o cabelo longo usado pelas mulheres ribeirinhas enrola no eixo. Foi o que aconteceu com Rosinete Serrão, que hoje preside uma associação que reúne 117 pessoas vítimas do mesmo acidente.

“Quando levei a mão à cabeça, senti algo muito quente. Eu não sabia o que estava acontecendo. Meu pai e meu irmão falaram que todo meu couro cabelo havia sido arrancado”, conta Rosinete Serrão, presidente da Associação de Mulheres Vítimas de Escalpelamento.

Um mutirão organizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica levou esperança a muitas vítimas de acidentes com embarcações. Desde sexta-feira (11), 40 médicos se revezam em sete salas em dois hospitais no estado fazendo cirurgias reparadoras.

“A vida delas parou naquele acidente. O que queremos, na verdade, é reintegrá-las à sociedade, para que elas possam voltar a trabalhar, a ter amigos”, diz o cirurgião plástico Cláudio Lemos.

Depois da cirurgia, Milene quer realizar um desejo de adolescente. “Quero cortar o cabelo bem curtinho, fazer vários penteados”, planeja.

“É inexplicável para todas nós a alegria, a emoção. Não podem imaginar o que estamos sentindo neste momento. É uma vitória”, comemora Rosinete Serrão.

Em alguns casos, o ferimento é tão grave que provoca mutilações e pode levar à morte. O último registro foi de uma criança de 4 anos no Amapá. A Capitania dos Portos do estado informa que as campanhas educativas já foram levadas a cinco mil embarcações.

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