A síndrome de Romberg, também conhecida como síndrome de Parry-Romberg, hemiatrofia facial progressiva (HFP) ou atrofia hemifacial progressiva (AHP), é uma doença autoimune que acomete, em sua maioria, pessoas do sexo feminino, com idade entre 5 e 20 anos.
As consequências dessa doença são a atrofia e a degeneração da gordura, dos músculos e do tecido ósseo da face, o que faz com que ela fique com um aspecto deformado. Felizmente, existem tratamentos para a síndrome de Romberg que podem ajudar a amenizar essas consequências.
O Que Causa a Síndrome de Romberg
Essa síndrome é bastante rara. Estima-se que ela afete 1 a cada 500.000 ou 700.000 pessoas. Porém, ainda não existe uma definição muito precisa quanto às causas de seu aparecimento.
O que se sabe é que ela tende a acometer mais mulheres do que homens, mas nem todos os profissionais do ramo possuem essa mesma opinião, já que alguns acreditam que a chance seja igual para pessoas de ambos os sexos.
Tomografia demonstrando a atrofia no lado esquerdo da face.
Quais São as Características Clínicas da Síndrome de Parry-Romberg?
Na maioria dos casos, a paciente tem o lado esquerdo do rosto atrofiado, o que é prejudicial tanto estética quanto funcionalmente. Raramente a síndrome de Romberg afeta também o lado direito da face.
Existem casos em que essa síndrome também afeta outras regiões, como o peito, os braços e o pescoço, embora isso seja bem difícil de acontecer.
Geralmente, o primeiro sintoma dessa síndrome é uma sensação de formigamento ou pressão no nervo trigêmeo, que é um dos pares dos nervos cranianos. Uma crise de convulsão também pode ser um indicativo.
Conforme o tempo passa e a doença evolui, outras regiões próximas também podem ser afetadas, como o tecido abaixo da pele, os ossos, a língua e a parte externa da orelha. A região da pele que for afetada pode ficar com uma pigmentação mais acentuada e também com manchas mais claras, de modo similar ao vitiligo.
Os nervos da face também podem doer bastante, principalmente próximo ao nervo trigêmeo. Os cabelos podem começar a perder a cor e até mesmo a cair, majoritariamente no lado esquerdo da cabeça.
Como Tratar Essa Síndrome?
Como foi visto anteriormente, não existe cura para essa síndrome. Porém, é possível tratar as áreas afetadas por ela.
Quanto à parte estética, é possível se submeter a procedimentos de cirurgia plástica feminina para poder fazer com que a face volte a aparentar um bom aspecto. Uma das mais comuns e que pode trazer os melhores resultados é o enxerto de gordura na face, que preenche os espaços atrofiados e faz a face ficar mais bonita.
Se os olhos ou a arcada dentária forem afetados, é importante que a paciente passe por uma consulta com os médicos das respectivas áreas para verificar o que pode ser feito.
Ilustração demonstrando a transferência da gordura coletada para a seringa o qual o qual o conteúdo vai ser enxertado.
Dores de cabeça também são ocorrências comuns com essa síndrome, que também podem ser verificadas com um neurologista.
Ilustração demonstrando as seringas após a retirada de gordura da área doadora.
Alguns medicamentos também podem ser administrados para que a evolução da síndrome de Romberg seja interrompida, como os imunosupressores, por exemplo. Porém, por se tratar de uma doença autoimune, que é quando o sistema imunológico do próprio corpo ataca suas células, esse tratamento é um pouco complicado.
Imagem em 3D de uma célula gordurosa – ADIPOCITO.
Como Funciona o Enxerto de Gordura?
O enxerto de gordura é um procedimento que funciona de uma forma relativamente simples: retira-se gordura do próprio paciente, de regiões como abdômen e parte traseira dos joelhos ou coxas.
Essa gordura passa por um tratamento de purificação e depois é injetada na face do paciente. Por se tratar de uma substância que foi retirada do seu próprio corpo, a chance de que o organismo a rejeite não existe, o que evita complicações e dificuldades durante sua recuperação.
Imagem em 3D de uma célula gordurosa ,demonstrando o seu imenso conteúdo de gordura armazenado.
É Recomendável Optar Pelo Tratamento da Síndrome de Romberg?
Com certeza. As alterações funcionais que podem ser causadas por essa síndrome podem dificultar várias atividades simples, como conversar ou se alimentar, por exemplo. Por isso, o tratamento é uma alternativa que deve ser adotada sempre que possível.
As alterações estéticas que a síndrome de Romberg causa também são bastante prejudiciais, pois podem comprometer a autoestima, a confiança e a felicidade que a mulher sente com o seu corpo. Logo, assim que o tratamento for concluído, a melhora em seu dia a dia será exponencial.
A Partir de Qual Idade o Tratamento Cirúrgico Pode Ser Adotado?
O enxerto de gordura é uma ótima sugestão para contornar os efeitos da síndrome de Parry-Romberg, porém é preciso esperar pelo momento ideal para sua realização.
A maioria dos cirurgiões, como o Dr.Cláudio Lemos. recomendará que o paciente aguarde pelo total desenvolvimento da doença para que, então, possa procurar pelo tratamento cirúrgico. Essa pode parecer uma decisão um pouco estranha, mas faz todo o sentido, já que os resultados da cirurgia podem ser prejudicados caso sua evolução ainda não tenha estagnado.
Geralmente, esse tempo varia de 1 a 2 anos. Porém, as melhores recomendações sempre serão dadas pelo cirurgião plástico no momento da consulta.
Outro ponto que também deve ser observado não é apenas a evolução da síndrome de Romberg em si, e sim o desenvolvimento do próprio corpo. Portanto, recomenda-se que os pacientes já estejam na fase adulta.
Como a Síndrome de Romberg Pode Ser Diagnosticada?
Quando a doença está em um nível mais avançado, é possível perceber as alterações estéticas e eventualmente funcionais causadas por ela. Porém, não é preciso esperar por todo esse tempo para saber se a paciente tem ou não a síndrome.
Não existe um exame clínico que seja capaz de diagnosticar a presença ou não da síndrome de Parry-Romberg. Por isso, o método adotado é o de diagnóstico diferencial, que funciona de forma sistemática através da eliminação de doenças e síndromes com características similares.
Esse tipo de diagnóstico pode ser feito em pacientes que apresentem algum tipo de assimetria facial. Algumas das doenças e síndromes utilizadas no diagnóstico diferencial são a esclerodermia, necrose gordurosa e displasia fibrosa, entre outras.
De qualquer forma, sempre que houver a dúvida em relação á existência ou não da síndrome de Romberg, o melhor e mais seguro a se fazer é passar por uma consulta com o médico, que analisará o caso do paciente e o encaminhará para outros profissionais, caso seja necessário.
Quanto Custa a Cirurgia de Síndrome de Romberg?
O custo em relação a Cirurgia de Síndrome de Romberg é uma das perguntas mais frequentes que recebemos na nossa página do site e através dos nossos telefones. É bem difícil encontrar também esta resposta na internet, a não ser que um paciente revele, e mesmo assim, o valor varia de pessoa para a pessoa por diversos motivos. A prática de divulgação de valores de serviços é vetada pela lei. Segundo a RESOLUÇÃO 1.974/11 do CFM, 6. Proibições gerais – XIV: (…) é vedado ao médico: divulgar preços de procedimentos, modalidades aceitas de pagamento/parcelamento ou eventuais concessões de descontos como forma de estabelecer diferencial na qualidade dos serviços.
Em relação ao valor variar de pessoa para pessoa e de clínica para clínica, conforme a RESOLUÇÃO CFM Nº 1.836/2008, Art. 3º: Cabe ao médico, após os procedimentos de diagnóstico e indicação terapêutica, estabelecer o valor e modo de cobrança de seus honorários, observando o contido no Código de Ética Médica, referente à remuneração profissional. A clínica e o cirurgião plástico não vendem um produto e sim um serviço, e esse serviço é personalizado, cada paciente vai ter a sua particularidade, um diferente resultado, uma complicação de saúde que merece atenção redobrada, uma expectativa e até mesmo métodos diferentes para a mesmo Cirurgia de Síndrome de Romberg em outra pessoa, por exemplo.
Parece simples, mas o valor da Cirurgia de Síndrome de Romberg. Depende de uma série de fatores e para o cirurgião poder avaliar todos esses fatores, ele necessita, invariavelmente, de uma consulta. Além dos honorários médicos, outros custos estão envolvidos, como honorários do anestesista, instrumentador (a), cirurgião auxiliar, custos da clínica/hospital (que podem variar dependendo do material utilizado; se o paciente precisa passar a noite, ou se precisa uma diária extra, eventualmente), valor da prótese entre outras necessidades do procedimento. A decisão de submeter-se a uma cirurgia plástica deve ser bem pensada. A economia em alguns casos pode significar um problema muito grande no futuro, por isso é importante ter certeza e investir em um bom profissional.